Por quase 50 anos adiei a ideia de subir este monte e dar uma olhadela ao santuário.

Aconteceu agora, mas não tive sorte – estava fechado.

No entanto, não me arrependi do esforço – as escadas barrocas são simples mas agradáveis, em integração harmoniosa com a capela do século XVI.

Como esperado, as vistas do topo são ótimas.

Este convento, a duzentos ou trezentos metros do centro, foi construído no século XVI, mantendo ainda uma fachada barroca.

Os incidentes da história fizeram com que se tornasse parte de um quartel militar até muito recentemente.

Agora, as autoridades locais estão a preparar a recuperação dos claustros, mas a igreja já poderá ser visitada.

Nas traseiras ergue-se a igreja de Nª Srª da Encarnação.

Bem no centro da cidade, temos a “Fonte Grande” ou fonte das Carrancas.

Quando em 1962 fui estudar para Leiria, a senhora que me alugou o quarto avisou-me que “Quem bebe a água da Fonte Grande casa-se em Leiria”. Encarei como um desafio, bebi a água, e… casei muitos anos depois na Batalha, com a Fernanda, de Turquel, como eu.

Nunca mais encontrei a gentil senhora, mas tenho a certeza de que, se encontrasse, ela insistiria: “Viu? Batalha e Turquel, pertencem aonde? Distrito de Leiria!”.

Todos estes anos se passaram a água continua correr nesta fonte barroca, e as pessoas continuam casando… Bem, não muito! Falta de água?

Nascido da transformação de um prédio antigo planeado pelo famoso arquiteto local Ernesto Korrodi, o Mercado Municipal foi condenado pelas transformações no comércio local.

Hoje é um centro cultural, incluindo um teatro, e continua a ser… um belo prédio.

Na entrada sul da cidade, uma pequena praça virada para o Palácio da Justiça e outros edifícios oficiais é um local agradável e fresco, com a estátua do rei Afonso III ao centro.

Porquê ele? Não sei, mas porque não?

As restrições de trânsito tiraram essa charmosa praça do quotidiano da maioria dos moradores, mas isso não prejudicou o local, pelo contrário.

É agradável passear nesta praça, explorando a estreitas ruas antigas, que nela começam, e as restantes lojas do comércio tradicional.

​Cafés e esplanadas dão um bom ambiente ao local.

No centro da cidade um pequeno jardim foi a minha primeira referência quando, em 1962, me mudei para estudar em Leiria.

Esse jardim permanece intocado, numa cidade onde a única área verde é a faixa que acompanha os dois lados do rio.

Apesar de um pouco atípica (eu acho!), essa praça ainda mantém alguns prédios antigos, e apoia a maioria das atividades comerciais da cidade.

Bancos e grandes cadeias comerciais têm capacidade financeira para recuperar as fachadas antigas respeitando a arquitetura antiga, e isso salva a personalidade da área.

Ouvi em Pula que a igreja local era a única com a torre longe do prédio principal.

Foi um erro!

Já conhecia Leiria, onde a torre fica muito longe da catedral, como podem ver na foto.

Sim, a torre que escapa à esquerda pertence à igreja que escapa à direita.

Porque é que isso acontece?

Porque a igreja foi construída no século XVI, e em 1770 os monges decidiram construir uma torre para que os sinos pudessem ser ouvidos o mais longe possível, e a colina íngreme do castelo era uma boa chance de ganhar altura economizando na construção.

Não espere muitas surpresas na sua visita ao castelo. Foi mandada construir por D. Afonso Henriques, o nosso primeiro rei, como forma de estabelecer uma linha defensiva contra os mouros, mas a sua guerra com a Galiza permitiu aos mouros aproveitar a retirada dos exércitos para Norte, recuperando Leiria duas vezes.

Em 1142, depois de reconquistar definitivamente Leiria, d. Afonso Henriques, mandou reforçar as defesas do castelo e o seu seguidor, D. Sancho I, já por volta de 1195, mandou erguer as muralhas da cidade.

Apesar do excelente trabalho de um arquitecto local, Ernesto Korrodi, recuperando vários muros e espaços do castelo, é agora um local quase vazio, permitindo uma boa vista sobre a cidade.​ Na subida ou descida repare na curiosidade da igreja com a torre longe do edifício.

Várias vezes remodelada, esta igreja estava prestes a ser demolida, depois de ter sido vendida à empresa de moagem adjacente.

Recentemente foram expostas algumas pinturas interessantes do século XV, o que significa que sobreviverá, estando agora aberta ao público.

Janelas

Construir, destruir, reconstruir ao longo dos séculos leva a esta situação: todas as janelas da igreja de S Francisco, no centro da cidade, são diferentes – curioso, mas não bonito…

As antigas atividades industriais foram sucessivamente expulsas para a periferia da cidade, ou até mais longe (ultimamente… no exterior).

Restam alguns (muito poucos) sinais dessa área industrial.

Devem eles ser mantidos, salvando as velhas imagens da cidade, ou estão apenas à espera da sua vez de desaparecer?

Leiria cresceu rapidamente para oeste, ocupando os campos planos ao longo do rio.

​Muitas casas e ocupações tradicionais foram sacrificados aos grandes quarteirões, no entanto, alguns prédios antigos ficaram para trás, alguns suficientemente belos para justificar a pergunta: até quando?

Quando vivi em Leiria (há 50 anos) “Maranchão” era um aviso – um local não aconselhável na periferia da cidade.

Agora é uma área ajardinada dentro da cidade em crescimento, com espaços criativos para as crianças.

Bom trabalho!

O Mimo – Museu da Imagem em Movimento é uma homenagem à fotografia e ao cinema, reunindo arte, ciência e técnica.

O museu nasceu no âmbito das comemorações do centenário do Cinema Português em 1996 e, para além das exposições, promove regularmente atividades lúdicas e criativas.

A Capela de São Pedro, junto à entrada do castelo, foi construída no século XIV, no reinado de D. Afonso IV, em estilo gótico.

Originalmente fazia parte de um complexo maior que incluía um hospital e um cemitério.